PAZ E BEM!




Nós, felizes com os feitos dos trabalhos missionários realizados nestes últimos meses, viemos a este lugar, a este Convento, assim como sugere Jesus no Evangelho hoje – Vinde, sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco. (Sábado 4ª Sem. TC)
Foram significativos os dias de encontro com o Senhor, pois Ele mesmo nos instruiu, incentivou, confirmou nossa missão e nossa capacidade para executá-la. Nosso esforço de mudança, de renovação, de assumir como idéia-força o desafio de ir em frente, de dar passos significativos em direção do 'avançar para águas mais profundas’, contribuiu para que hoje o povo ao nosso redor continue a depositar confiança nos pequenos Frades Missionários. Cf. Mt 14,22ss; Mc 6,45ss; Jo 6,16ss .
Caros irmãos, estamos encerrando nosso retiro. Com esperança iniciamos uma caminhada, avançamos, progredimos e hoje felizes estamos, porque, fortalecidos em Deus percebemos um novo horizonte de missão adiante. Tal realidade não está longe de nosso alcance, pois a missão se descortina no próximo e ele, está ao lado. Poderá ser aquele necessitado de nosso auxilio fraterno, de nossa palavra de conforto, de ânimo para a caminhada e missão ou ainda, exortação para afastar-se do caminho errado.
Nós nos encontramos com muita freqüência com o Senhor na Eucaristia, na Palavra ouvida e meditada, nas orações litúrgicas e particulares, enfim a graça de Deus esta conosco. Somos dentre os discípulos ‘os escolhidos’, ou seja, dignos mensageiros que Jesus, com critérios divinos e não humanos, fez questão de nos chamar e escolher para irmos e produzirmos frutos. Hoje, o Senhor nos envia a evangelizar os povos, as comunidades, as famílias, o ambiente onde estivermos, as pessoas as quais nós encontrarmos (Mc 3,13).
Não somos os melhores missionários, do contrário, somos aqueles que aos olhos humanos são fracos e sem muita importância e isto é verdade, pois estamos carregados de fraquezas, pecados. Não somos anjos nem mesmo santos! Ora, bem sabemos que nossa identidade cristã se manifesta na fraqueza da Cruz e assim confundimos os fortes e poderosos deste mundo. Seguimos a loucura, da Cruz, escândalo para alguns e idolatria para muitos.
O que impelia os mensageiros, os profetas de Deus, para que ao longo da História da Salvação realizassem a vontade Divina, senão o ouvir atentamente a sua Palavra e logo após, obedecendo, ou seja, realizasse tal projeto com obras?

Desejamos continuar a avançar em direção do diferente, do perfeito, e da realização da vontade de Deus. Hoje somos convidados a assumir também a confiança no povo de Deus que nos rodeia e perceber que ele é capaz de falar, de agir, de lutar, de narrar-se e muito mais. Ontem o Senhor nos dizia AVANCE! Hoje, como voz profética em nome do Senhor diremos: AVANCE POVO deDEUS EM MISSÃO, pois é nossa obrigação anunciar a Boa Nova. Avance Povo e não desista, pois se não o fizermos quem fará por nós? Povo missionário, não é hora de retroceder e nem mesmo de cultivar o medo. Esvaziem vossas bagagens das coisas inúteis e fúteis tomando como proteção para a batalha, a Palavra de Deus. Não somos de perder a esperança, Deus vai a nossa frente. Ele é nosso Pastor.

A nós missionários (as) habitualmente, não nos é pedido dar a vida, como os mártires derramando o próprio sangue, mas ter conduta cristã em nossos relacionamentos com os homens e mulheres de nosso tempo; coragem de não ceder diante do mal, nem diante da mentalidade corrente, mas de sermos ‘diferentes’ no modo de pensar, de escolher, de falar, de agir. Contestar, em nome da verdade, mas, estar prontos para o diálogo e o respeito pelas pessoas; afirmar nossa originalidade de verdadeiros Crentes, mas sermos capazes de adaptação ao expor o ponto de vista cristão; capazes de coerência com a fé. Capazes de cultivar a unidade e repudiar o que nos divide. Capazes de semear o amor banindo o egoísmo, orgulho e a insensatez dos corações.
DEUS movimenta nosso ser. Ele é nossa FORTALEZA! Ele já está na frente – Ele é o Caminho. Ele nos diz: avance! Ele é ânimo para os desanimados. Neste sentido, a ansiedade e a indecisão para o início de uma nova jornada não tem lugar.

Estimado frei Gabriel, Vigário da Congregação, continue a depositar confiança e encargos a nós – Missionários, pois de fato, somos missionários-profetas, e nossa Família religiosa Frades Menores Missionários está fundamentada na observância do Santo Evangelho e na Regra de São Francisco de Assis, e quantas conseqüências a partir de nossa adesão a esta verdade... em última análise somos colaboradores de Deus,(I Co 3,9), nessa Congregação, na Igreja, na sociedade hodierna.
Nosso propósito é, em particular, de sermos homens de oração; ousados e ardentes no espírito de fortaleza, caridosos, de temperança e de perseverança, de fibra e decididos pelo Evangelho (II Tim 1,7);
Como missionários, precisamos continuamente observar a evangélica pobreza, ou seja, aprender a bastar-se com o que temos (Fil 4, 11); não levar muita coisa para a missão para não cansarmos, contudo o cansar não é problema, pois quem caminha cansa, então, o problema maior é cansar e parar, ou seja, desistir da caminhada; cultivar o espírito de sacrifício, trazendo em nós o estado de morte de Jesus, a fim de que a vida de Jesus opere em nós, enviados em missão (II Cor 4,10ss); Com verdadeiro zelo gastarmos tudo e nos desgastar pelo bem das almas (II Cor 12,15ss), de tal forma que mediante o exercício diário, cresçamos no amor de Deus e do próximo (LG 41).

O Espírito nos deu a capacidade de testemunhar Jesus sem medo, com palavras e ações. (II Tim 1,7ss) Não temos um espírito de timidez.
Não esqueçamos: O homem contemporâneo acredita mais nas testemunhas do que nos mestres, (Evangelii Nuntiandi 41) mais na experiência do que na doutrina, mais na vida e nos fatos do que nas teorias. O testemunho da vida cristã é a primeira e insubstituível forma de missão: Cristo, cuja missão nós continuamos, é a testemunha por excelência (Ap 1, 5; 3, 14) e o modelo do testemunho cristão – amar é lavar os pés, assim, amar é servir. (Jo 13, 14ss). O testemunho evangélico, a que o mundo é mais sensível, é o da atenção às pessoas e o da caridade a favor dos pobres, dos pequenos, e dos que sofrem. PP 21.42 A espiritualidade do missionário conduz a isto: com os fracos, fiz-me fraco (...) Fiz-me tudo para todos, para salvar alguns a todo o custo. Tudo faço pelo Evangelho... (I Cor 9, 22-23; Rm 15, 1ss).

Quando um discípulo está apaixonado por Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que só Ele nos salva.” (Cf. Jo 1, 35-39; DA 243
Frades, nós somos fruto de retorno as fontes, cumpramos nossa missão de servir com denodo a Santa Igreja através de nosso ideal franciscano-missionário de progressivo e dinâmico esforço de retorno o mais radicalmente possível. E para tanto convençamo-nos não haver tempo melhor empregado em nosso favor e para a Igreja do que aquele passado em fervorosa adoração a Jesus Eucarístico.
Façamos resplandecer em nosso apostolado as características fundamentais franciscanas: fraternidade, pobreza, ardente oração, Amor a Escritura Sagrada e a Eucaristia e zelo pela criação e principalmente pelo ser humano.
Irmãos comecemos a servir ao Senhor, pois, até agora não fizemos grandes coisas. Paz e bem!




Frei João Carlos no encerramento do Retiro FMM - dias 01 a 07 de fevereiro 2009 no Conv. São José em Ponta Grossa/PR

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