O cardeal explica que "a sublimidade da música reflete a transcendência que, dentre todas as criaturas, somente o ser humano é capaz de almejar, pois foi criado por Deus para tal"."Consideremos que Deus é a harmonia plena.
Nele não há dissonância. Nós fazemos parte do grande concerto universal, conduzido pelo Divino Regente."

Freqüentemente, porém, desafinamos, cometendo falhas inerentes à nossa imperfeição. Isso, naturalmente, contradiz o que Deus pede de nós, como imagens suas, cuja história deve reprisar a beleza e a harmonia divinas. Ele é o acorde cheio, perfeito, do qual os grandes músicos conseguem haurir a inspiração, traduzindo em suas composições algo da Perfeição Infinita".E o cardeal cita que muitos dos gênios compositores que a história conhece se notabilizaram também na música sacra.É que "a música sacra tem o dom de nos aproximar mais intimamente de Deus, pois coloca a inspiração, recebida D´Ele, em função do louvor de sua glória".Dom Eusébio explica ainda que se pode encontrar uma raiz da música sacra nos próprios Salmos. Recorda que o termo "salmo" (em hebraico mizmor) já significa um tipo de canto, do qual a Bíblia registra 150 composições."Na Sagrada Escritura, a música aparece destinada ao louvor a Deus. Este é o grande ideal.
Porém, não se excluem as festas, inclusive com danças, as comemorações, as celebrações de todo tipo, sejam profanas, sejam sacras. A Bíblia nos dá uma panorâmica completa sobre a música e o canto primogênito de Israel"."O canto de louvor é uma oração modulada, harmoniosa. Quem cultiva o hábito de rezar já desenvolve a harmonia interna da própria atitude de falar com Deus. Se consegue colocar isso em canto, ou em música, melhor ainda", escreve o arcebispo.E confessa que acredita "que no céu vamos saborear muita música: mais sublime, mais extraordinária do que qualquer uma que conhecemos, divinal... Será uma das expressões da nossa felicidade plena, na comunhão eterna com Deus".

Dom Eusébio Scheid
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