Pe. Emanuel e coroinha Adílio
Novos Beatos
O cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos ao presidir no dia 21 de outubro de 2007, no Brasil à beatificação dos chamados mártires do Nonoai, padre Manuel e coroinha Adílio, destacou que o martírio deles recorda as figuras dos mártires dos primeiros tempos da Igreja. Cerca de 40 mil fiéis e peregrinos acompanharam a celebração da missa de beatificação, celebrada no Parque de Exposições de Frederico Westphalen (Estado do Rio Grande do Sul). Santo é aquele que está de tal modo fascinado pela beleza de Deus e pela sua perfeita verdade que é por elas progressivamente transformado».«Com esta beleza e verdade, está pronto para renunciar a tudo, a renunciar até a si mesmo. Basta-lhe o amor de Deus, que experimenta no serviço humilde e desinteressado ao próximo, especialmente aos que não podem retribuir»(Bento XVI). Foi o que fizeram os dois novos beatos. «Pela beleza e verdade de Cristo e do seu Evangelho, os dois novos bem-aventurados renunciaram a tudo, também a si próprios, também à sua própria vida, que é o maior tesouro que Deus nos deu».Segundo o cardeal , «é realmente admirável rever esses acontecimentos e notar neles o mesmo frescor, o mesmo vigor, a mesma extraordinária força das paixões dos mártires dos primeiros anos da Igreja».«Ao padre Manuel, podemos aplicar as palavras de São Cipriano dirigidas ao mártir Sisto, “ele era um sacerdote bom e pacífico”. Também do seu acólito Adílio, podemos invocar a glória de Tarcísio, mártir da Eucaristia, no serviço à majestade divina.»Segundo o cardeal, a Igreja não esquece o heróico testemunho do pároco e do coroinha, mortos por amor do Evangelho.«Hoje, a Igreja reconhece a vitória do padre e do seu acólito. Prestando-lhes a homenagem da glória e reconhecendo a sua poderosa intercessão, implora a sua seleta ajuda e ora para o seu exemplo», disse.Pe. Manuel Gómez Gonzalez nasceu a 29 de maio de 1877, em São José de Riberteme, na diocese de Tuy, Província de Fontevedra, na Espanha.Foi ordenado sacerdote a 24 de maio de 1902. Após passagem por Portugal, chegou ao Brasil em 1913, como missionário. Foi encaminhado para a recém-criada diocese de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.Em fins de 1915, foi nomeado pároco de Nossa Senhora da Luz, em Nonoai. «Foi um pároco zeloso e empreendedor, de espírito apostólico e caritativo. Atendeu ao seu rebanho, cuidou dos pobres e defendeu a justiça», afirma a biografia difundida pela causa da beatificação.Foi cruelmente assassinado no cumprimento de seu dever sacerdotal no dia 21 de maio de 1924, perto de Três Passos, por um grupo de anticlericais, no contexto da Revolução de 1923, no Rio Grande do Sul.Já o coroinha Adílio Daronch nasceu em Dona Francisca (Rio Grande do Sul), aos 25 dias de outubro de 1908.No ano de 1912, a família transferiu-se para Passo Fundo e alguns anos depois mudou-se para Nonoai. A família de Pedro era muito caridosa e religiosa. Eram grandes colaboradores do Pe. Manuel.Seus filhos foram alunos do Pe. Manuel, que exercia também a missão de professor. Adílio era coroinha e um auxiliar nos serviços do altar e da paróquia.Em maio de 1924, o jovem de 15 anos estava acompanhando o Pe. Manuel no longo itinerário pastoral, a serviço da paróquia de Palmeira das Missões. Foram até a Colônia Militar, no Alto Uruguai, onde a 20 de maio, Adílio ainda ajudou na páscoa dos militares e ficou padrinho de batismo.A caminho de Três Passos, o coroinha Adílio e o Pe. Manuel foram surpreendidos por inimigos da religião, levados para a mata, amarrados em árvores, e fuzilados. Era o dia 21 de maio de 1924. Desde esse tempo, difundi-se entre os católicos a devoção a suas figuras.

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