Beata Albertina

Ela viveu apenas 12 anos, mas santamente. Assim o bispo de Tubarão, Dom Jacinto Bergman, resumiu a trajetória de Albertina Berkenbrock, a menina brasileira beatificada esse sábado em Tubarão (Santa Catarina, sul do país).A cerimônia presidida pela cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, reuniu cerca de 20 mil fiéis na praça da Catedral de Tubarão. Participaram dezenas de bispos e sacerdotes.Segundo ressaltou Dom Jacinto Bergman ao início da celebração, Albertina «ousou fazer a maior aventura de felicidade: ser santa».«Por isso, hoje ela está sendo declarada bem-aventurada. Colocada oficialmente pela Igreja como modelo de santidade, especialmente para os jovens», disse.«Queremos participar desta celebração ouvindo o desafio instalado pela Trindade Santa em nosso coração no dia do Batismo. Ouvindo o desafio espelhado no testemunho de Albertina: sem medo de ser santo, santa», enfatizou o bispo da localidade.Albertina Berkenbrock nasceu no dia 11 de abril de 1919, na comunidade de São Luís, próxima a Tubarão.Filha de um casal de agricultores, teve mais oito irmãos. Foi batizada no dia 25 de maio de 1919, crismada em 9 de março de 1925 e fez a primeira comunhão no dia 16 de agosto de 1928.Aos 12 anos de idade, no dia 15 de junho de 1931, Albertina foi assassinada porque quis preservar a sua pureza espiritual e corporal, e defender a dignidade da mulher, por causa da fé e da fidelidade a Deus.«E ela o fez heroicamente, como verdadeira mártir. O martírio e conseqüente fama de santidade espalharam-se rapidamente, de maneira clara e convincente», narra a biografia lida no início da celebração.Após a leitura da biografia e solicitação da beatificação, feita por Dom Jacinto Bergman, o cardeal Saraiva Martins leu o decreto de Bento XVI que inscrevia oficialmente Albertina no catálogo dos bem-aventurados.Na homilia da missa, o cardeal Saraiva Martins afirmou ser esse «um dia histórico, inesquecível».«Fica-nos a força e a eloqüência de uma vida vivida em Cristo. Fica a mensagem de que a pureza do corpo é sinal de fidelidade a Deus», disse o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.Segundo o cardeal Saraiva Martins, Albertina ensina aos jovens a não procurarem a felicidade em ambientes destrutivos. «As coisas finitas podem dar vislumbres de alegria, mas só o infinito pode encher o coração», afirmou.Já o núncio apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, destacou, no encerramento da missa, que, embora ainda tão jovem, Albertina «já havia compreendido a radicalidade das palavras de Cristo: «não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma».«Aprendam a imitar e a reverenciar a fortaleza invencível dessa menina», disse o núncio.

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