
Formado em teologia, Joseph Ratzinger lecionou nas melhores faculdades da Alemanha. Aos 35 anos, foi convidado a participar, como assessor teológico, do Concílio Vaticano II (1962-1965). No seu Diário do Concílio, o grande teólogo Yves Congar, OP, descreve Ratzinger como um teólogo pioneiro, que procurava responder à pergunta de João XXIII: Como renovar a Igreja?
Na última sessão do Concílio, Paulo VI nomeou Ratzinger perito conciliar. Com isso, o prestígio do jovem teólogo aumentou. Pessoalmente, porém, conservou-se sempre modesto e cordial. No seu livro O Novo Povo de Deus (1965), o futuro Papa escreveu: "Se alguém ocupa um lugar de responsabilidade, não faça dele um lugar de glória".

Joseph Ratzinger é autor de muitos livros, traduzidos a todas as línguas. O mais conhecido é Introdução ao Cristianismo (Edições Loyola, 2005), que recolhe um curso dirigido a alunos da Universidade de Tubinga. Começa reconhecendo que "ninguém pode subtrair-se totalmente à dúvida ou à fé". E, depois de explicar os 14 artigos do Credo, termina pedindo ao cristão que não perca a alegria e a esperança.
Testemunho eloqüente do prestígio intelectual que tinha o teólogo
e escritor Joseph Ratzinger, antes de ser eleito Papa, é o fato de pertencer, desde 1992, à famosa Academia Francesa das Ciências Morais e Políticas. Falando fluentemente italiano, inglês, francês e espanhol, além do alemão, o atual Papa pode dialogar com a elite do pensamento contemporâneo.
Por último, no dia 16 de abril deste ano, foi publicado, em italiano,
alemão e polonês, o livro de Bento XVI: Jesus de Nazaré: Do Batismo no Jordão à Transfiguração. Os direitos de tradução ao português foram adquiridos pela editora Planeta. No prefácio, o Papa diz que esta obra "não pretende ser um ato de magistério, mas só uma exposição de minha busca pessoal do rosto do Senhor. ( ... ) Quis fazer a tentativa de apresentar o Jesus dos evangelhos como o autêntico Jesus, como o Jesus histórico no autêntico sentido da palavra". O livro recolhe a profunda convicção do teólogo Joseph Ratzinger de que, "através do homem Jesus, Deus se tomou visível".
Recém eleito Papa, Bento XVI apresentou-se como um homem sereno. e otimista, "um simples e humilde servidor do Senhor".

sempre mais o Senhor".