Para Construir uma Ética Ecológica!

A preocupação com o meio ambiente, sua preservação e destruição, é recente! Praticamente da década de 70 começou-se a discutir com mais interesse este assunto. Trinta anos de estudo fez com que o mundo desperta-se para essa preocupação.
Fala-se de nosso planeta como nossa ‘casa comum’! E sem cuidar da casa todos logo estarão em desabrigo!
A teologia tem muito a contribuir, pois crê num Deus criador de todas as coisas, e viu elas como boas Deu ao homem seu cuidado! No entanto esse homem (pelo pecado) tem desejos que são insaciáveis, sempre quer usufruir mais e mais. A natureza por sua vez é findável e portanto sofre com os constantes ataques vorazes da insaciabilidade humana. (Gn.1; 2; 3).
Só um despertar ético poderá fazer o homem tomar consciência de sua importância crucial no zelo pelo meio ambiente. Esperar que a natureza mesmo intimide o homem é esperar demais e tardiamente, e assim mesmo não freara os ímpetos de destruição.
A própria espiritualidade cristã colabora na construção de novos conceitos em relação a natureza. Sendo a espiritualidade condição ontológica do humano enquanto aquele que cuida da vida e a religião aquela que cuida do humano e fomenta nele a espiritualidade, conduz então o ser humano a ser ético. A modernidade conseguiu separar estas duas realidades (espiritualidade e ética). Sem a ética e a espiritualidade a pessoa vive um individualismo ou uma ‘ética’ privada que normalmente é expressa pelo viés utilitário e de uma espiritualidade subjetiva, emotiva e intimista.
A espiritualidade cristã faz perceber como o cuidado com toda a Vida é um cuidado Divino. Toda forma de espiritualidade que não expresse a ideia de cuidado da Vida é considerado como um processo destruidor do próprio ser humano e consequentemente de todo seu ambiente.
Vale pensar nossa pastoral eclesial, que deve pensar no aspecto ecológico, pois as pessoas que pertencem à comunidade sentem os desafios da atualidade como o problema do lixo, do desmatamento, das enchentes, dos desmoronamentos, do frio e calor desmedido, das chuvas e das secas. A igreja em sua característica de cuidadora da vida jamais poderá deixar de pensar na questão ecológica!
São Francisco fez essa descoberta em seu tempo. Mudanças sociais profundas aconteciam no século XIII, e a burguesia foi pensada como um sistema de uso desenfreado dos recursos naturais. O comércio e o dinheiro modificaram o pensamento e o agir dos cidadãos comuns fazendo-os levarem uma vida semelhante aos dos nobres em suas cortes. Vida mergulhada em abusos! O carisma franciscano desenhado em um de seus aspectos, o da ‘pobreza’, precisa ser entendido hoje nesse contexto. Não é o de não possuir nada (ideologia que mascara a compreensão sobre os bens!), mas compreendida no cuidado prestado a Vida dada pelo Bom Deus! Conceitos como desenvolvimento humano, preservação, zelo, fazem parte da compreensão do carisma deixado pelo pobrezinho de Assis.
Em um momento seguinte pretendo descrever os ‘mandamentos’ para uma ética da ecologia!

Frei Ivan L

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