SUICÍDIO
De que modo justificar a imoralidade do suicídio e do homicídio?

Quem atenta a própria vida (suicídio) vai contra o valor da vida que em si não lhe pertence. O homem não é dono da própria vida. Do ponto de vista objetivo o ato é imoral. É uma desordem gravíssima. O suicídio é um atentado contra a fé em Deus e contra a razão. Do ponto de vista subjetivo, do sujeito, é preciso olhar as causas, contudo, é difícil a avaliação. Quanto às causas, é preciso ver o ato em si, se foi pensado, planejado, se já tentou outras vezes.

Quanto à PESSOA: Com o suicídio se dá uma total violação de uma lei natural gravemente vinculante, bem como a violação da lei da caridade. Isto faz do suicídio um pecado gravíssimo, mais grave do que o homicídio, porque o dano mortal é infligido propriamente àquele eu, ao qual é devida a maior caridade. E é também o mais perigoso de todos, porque falta o tempo para expiá-lo.

Quanto à SOCIEDADE: O homem não é uma ilha, mas é essencialmente chamado a viver em sociedade, e desta ele é parte. A supressão de si mesmo é, portanto, uma violação à própria sociedade. Quanto à DEUS: A vida é um dom de Deus, e permanece sujeita a Ele. Com o suicídio, ao invés, o homem pretende dispor segundo o seu arbítrio daquilo que não pertence a ele, mas a Deus. Alguns moralistas sustentam que só Deus pode avaliar plenamente a responsabilidade do suicida. Porém, isto vale para cada ato, quando se trata de passar da moralidade objetiva àquela subjetiva.

Quanto ao Homicídio entende-se de forma ampla como a supressão da vida, a morte arbitrária de um outro homem, como o aborto, um recém-nascido, um doente incurável ou um velho enfraquecido, enfim alguém que lhe é tirado o direito de viver. Em arbitrário significa que é determinado pelo homem com ação direta de querer este resultado, a morte de outra pessoa. Há o homicídio direto que é uma ação, ou uma omissão, deliberadamente colocada em ato com a finalidade de causar a morte de um outro.

E o homicídio indireto é aquele no qual a morte do outro não é por nada desejada pelo agente, o qual com a sua ação ou omissão tem sinceramente em vista outro objetivo. É indispensável sempre considerar a personalidade do homicida, o seu temperamento, a sua história pessoal, os ambientes familiares e sociais em que viveu.



Frei João Carlos

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