“Bento XVI e o JEJUM”

Numa ocasião em que São Francisco ia a Bevagna, não conseguiu chegar à cidade porque estava muito fraco de tanto jejuar. O companheiro mandou um recado para uma senhora piedosa, pedindo humildemente pão e vinho para o santo. Quando ela ouviu, foi correndo ao encontro do santo, acompanhada por uma filha, virgem consagrada a Deus, e levou o que era preciso. Depois que o santo se refez e se sentiu um pouco mais forte, alimentou com a palavra de Deus por sua vez mãe e filha .
(2 Celano 114, 1-4).

Estamos para começar um TEMPO ESPECIAL EM NOSSA LITURGIA, O TEMPO QUARESMAL.
Terá início com a Quarta feira de Cinzas e terminará no Domingo de Ramos, dando início à Grande Semana Santa que culmina com as celebrações da Páscoa do Senhor.

Neste tempo de conversão e penitência, a prática do JEJUM é recomendada, incentivada e pedida pela Igreja aos fiéis.
Vejamos os últimos pronunciamentos de nosso Papa Bento XVI.

“O pontífice mostra como Jesus fala do verdadeiro jejum, que consiste «em cumprir a vontade do Pai Celestial», exemplo que também dá ao responder a Satanás, que durante 40 dias no deserto diz que «não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus».
O Papa declara desta maneira que o verdadeiro jejum «tem como finalidade comer do alimento verdadeiro, que é fazer a vontade do Pai».
«Com o jejum, o crente deseja submeter-se humildemente a Deus, confiando em sua bondade e misericórdia», sublinha.
A desvalorização do jejum
O jejum hoje «perdeu um pouco do seu valor espiritual», declara depois a mensagem, pois muitas vezes se reduz a uma «medida terapêutica para o cuidado do próprio corpo».
Bento XVI assinala que a prática do jejum contribui para «dar unidade à pessoa, corpo e alma, ajudando-a a evitar o pecado e a crescer na intimidade com o Senhor».
«Privar-se do alimento material que nutre o corpo facilita uma disposição interior a escutar Cristo e a nutrir-se de sua palavra de salvação» e assegura que com esta prática, junto com a da oração, nós «lhe permitimos que venha saciar a fome mais profunda que experimentamos no íntimo de nosso coração».
O Santo Padre ressalta também o significado social do jejum, dizendo que este «nos ajuda a tomar consciência da situação na qual vivem muitos de nossos irmãos».
Por isso, exorta as paróquias «a intensificar durante a Quaresma a prática do jejum pessoal e comunitário, cuidando desta forma da escuta da Palavra de Deus, da oração e da esmola».
O Papa assegura que esta prática é «uma arma espiritual para lutar contra qualquer possível apego desordenado a nós mesmos».
Desta forma, ajuda «o discípulo de Cristo a controlar os apetites da natureza debilitada pelo pecado original, cujos efeitos negativos afetam toda a personalidade humana».

Em definitivo, graças ao jejum, para o pontífice a Quaresma é o tempo ideal «para afastar tudo o que distrai o espírito e para intensificar o que alimenta a alma e a abre ao amor de Deus e do próximo».
Que nos sintamos estimulados a uma prática generosa do jejum, não por vaidade, mas, para nossa saúde e beleza espiritual.
Frei Ricardo de Maria
freiricardo@hotmail.com

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